Adriana Mello
Considero-me uma leitora voraz. Jornais, revistas, gibis, encartes publicitários, bulas de remédio: nada escapa a minha voracidade. Hábito precoce, lembro-me de minha mãe comprando revistinhas infantis, livros da coleção Vagalume, enciclopédia Conhecer para auxilar no estudos.
Sempre adorei ler em voz alta e, quando estudava, lia no quarto para as bonecas, levava o livro para o banheiro pois achava a acústica melhor. Eu era daquelas que lia o livro didático sem a professora mandar, só pelo prazer de ler, de descobrir os fragmentos de contos, de romances, de músicas, de poemas...
Enfim, livros sempre frequentaram meu universo, melhor dizendo, a leitura o construiu e, definitivamente, definiu o que sou. Consequência inevitável: escrever, e gostar de fazê-lo. Minha maior angústia era quando a professora delimitava o número de linhas a serem produzidas, pois eu, invariavelmente, tinha que diminuir a letra para não ultrapassar o limite. O processo da escrita é algo que me encanta, já que um texto nunca está acabado, encerrado, irretocável; sempre é passível de mudanças, reconfigurações que o aprimoram, tal como nós, seres inacabados em busca da utópica perfeição.
Em meu caminho, encontrei professores que contribuíram muito para que a leitura, mais do que um hábito saudável, se tornasse uma atividade (ou necessidade?) prazerosa. Muito prazerosa, e tão vital que sem ela, certamente, não seria quem sou, pois muito do que li habita em mim.
Não quero a limitação de definir gênero preferido ou autores prediletos, prefiro a liberdade de ler tudo e sempre - ainda que tenha me tornado naturalmente mais seletiva - sorvendo o que pode me alimentar ou me transcender.
Difícil conceber um professor que não goste de ler, uma vez que é na e pela leitura que se constrói conhecimento.

Concordo com você, Adriana quando diz que é inconcebível professores que não têm a prática da leitura. Podemos pensar em vários fatores que os levaram a ter essa postura que chega a ser uma postura resistente. Acredito mesmo na boa formação que podemos oferecer à ele. É um trabalho de construção e de sedução,se me permite a palavra em seu melhor sentido. Convencer através de boas práticas...
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